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Como ajudar as mães a conciliar a volta ao trabalho com a maternidade
9 de março de 2022
Como ajudar as mães a conciliar a volta ao trabalho com a maternidade

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Uma das grandes preocupações dos pais é quando termina a licença-maternidade e a mãe volta ao trabalho. O médico pediatra pode ser procurado nesse momento para opinar sobre qual a melhor forma de lidar com esse momento. Além da questão da amamentação, existe também a questão de quem irá cuidar do bebê na ausência materna. 


Volta ao trabalho: O que diz a lei?

Embora não seja necessariamente da nossa alçada, é sempre importante que o pediatra tenha noções sobre a licença-maternidade para ajudar a mãe nesse processo. 


No Brasil, a licença-maternidade remunerada é de
120 dias, sendo que algumas empresas podem ampliá-la por mais alguns dias. Ou seja, a mãe fica com o bebê até o quarto mês de vida e depois deve voltar ao trabalho, reprogramando sua rotina para extração de leite, uma vez que, se possível, o bebê deve permanecer em aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. 


Volta ao trabalho: Onde deixar o bebê na ausência materna?


Antes de orientar a família nesse aspecto, é necessário levar em conta alguns pontos, como a estrutura familiar, a condição financeira, as principais angústias e receios, as opções viáveis, entre outros aspectos. Muitas vezes, os pais não têm rede de apoio ou condições financeiras de custear uma babá ou creche. O objetivo é sempre prezar pela segurança, a saúde e o conforto daquela criança e família. 


A primazia, neste caso, é indicar opções que estejam de acordo com a realidade de cada paciente. Afinal, não existe uma única melhor opção absoluta, tendo sempre que individualizar e considerar os prós e contras de cada opção, já que todas terão lados positivos e negativos para levar em conta. 


Para te ajudar, reunimos neste artigo, algumas considerações das principais opções que os pais têm à disposição para deixar a criança quando estão trabalhando. Quer seja com familiares, babás ou em creches. Confira abaixo: 


Volta ao trabalho + Creche?


A creche hoje é considerada parte da educação infantil, prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) e é direito garantido na CLT. Existem 3 tipos de creches: públicas, particulares e institucionais. Não há restrição de idade, entre crianças de 0 a 3 anos.


Assim, o pediatra pode orientar os pais a buscar creches de acordo com seu perfil financeiro, mas também observando outros elementos como a própria dificuldade da separação mãe-bebê, a insegurança com a possibilidade de maus-tratos, acidentes, ou doenças que possam ser adquiridas na creche em contato com outras crianças. 


Volta ao trabalho + Babás?


Contratar uma terceira pessoa para cuidar do filho é sempre desafiador. É comum e esperado que os pais se sintam inseguros e preocupados, até por conta dos casos veiculados na mídia de abusos e problemas outros associados a essa opção. No entanto, muitas vezes a babá acaba se tornando uma pessoa muito querida na vida da criança e família!


Até o momento não existe uma formação acadêmica que garanta a
expertise da babá naquele posto e quando se busca um perfil com formação acadêmica pode-se onerar o valor da contratação. 


Volta ao trabalho + Avós/familiares?

A proximidade com familiares, neste caso, é sempre uma incógnita e isso pode gerar preocupação nos pais, já que a intimidade com os parentes pode influenciar ou causar conflitos na educação da criança. Os pais levam em conta também a rotina que seus familiares têm e como conciliar com a sua própria rotina. 

O que ficar atento em cada uma dessas opções?

Creches

A orientação, nesse caso, é que os pais busquem opções que tenham infraestrutura adequada e segura, conhecer bem a rotina de alimentação aplicada, o espaço como um todo e o perfil dos profissionais envolvidos. O importante é que haja condições de a criança ter um desenvolvimento pleno e saudável nesse ambiente. 


No curso de puericultura, no material extra, disponibilizamos um "check list" que as famílias podem realizar durante as visitas às creches para ponderarem os pontos apresentados de cada uma. 


Babás

É importante selecionar aquelas que sejam confiáveis e saibam interagir com a criança, conseguindo manter uma rotina segura e dinâmica para o bebê. 

Pedir referências dessa profissional com outras famílias e observar a sua experiência é sempre um bom começo!  O processo de adaptação pode demorar, sendo importante acompanhar de perto no começo e observar também como a criança fica junto da babá e a reação de quando ela chega. 


Outro ponto de atenção é avaliar se a babá possui algum curso, principalmente a realização de cursos de primeiros socorros. 


Familiares

Quando os pais encontram rede de apoio na família, é importante observar se o gap geracional não vai ser uma problemática na educação da criança, assim como o despreparo físico para lidar com uma criança em fase de crescimento, principalmente no caso de avós. Os possíveis desentendimentos familiares podem existir também, sendo importante ficar atento para não desgastar a relação. 



Quais os benefícios?

Creche

A creche oportuniza que a criança tenha mais autonomia e possa socializar com outras pessoas, principalmente crianças. É também um espaço onde a criança vai ter uma rotina definida, com atividades pedagógicas programadas, além de preparar a criança para o ambiente escolar que virá em breve.


Babá

A babá, por sua vez, garante que a criança mantenha sua rotina e alimentação em casa. A criança vai ter contato com uma só pessoa tendo menor risco de contrair doenças virais, comuns em escolas e creches, bem como ela terá uma figura exclusiva para seu cuidado, estabelecendo um vínculo de cuidado e confiança.


Familiares

Já os avós e familiares oferecem afeto e um laço maior por serem parentes da criança, além de terem experiência no cuidado. Também ajudam a garantir a manutenção de uma alimentação e rotina em casa, além de representarem uma economia de recursos para os pais.


Está pronto para ajudar? 

Vimos nesse material que o pediatra deve estar atento também à possibilidade de orientar os pais sobre como e com quem deixar a criança quando encerrar a licença-maternidade considerando sempre: o bem-estar da criança e seu pleno desenvolvimento, a realidade da família e o nível de insegurança dos pais sobre o assunto.


Assim, é importante apresentar-lhes as alternativas, suas vantagens e os fatores que os pais devem verificar em cada opção.


Quer mais material para ajudar pais e mães de primeira viagem? Veja este infográfico sobre
Amamentação, pega, posição e sucção.

Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
Por Eludivila Especialização Pediátrica 30 de abril de 2024
Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
vacina da dengue
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Reunimos as principais informações sobre a vacina da dengue para que os pediatras possam orientar adequadamente seus pacientes.

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