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O que o choro do bebê costuma nos dizer?
7 de junho de 2022
O que o choro do bebê costuma nos dizer?

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

Um assunto recorrente no consultório do pediatra é o choro do bebê nos primeiros três meses de vida, tanto pela convivência gerada pela chegada daquela vida, quanto pelo sentido de urgência que um choro forte desperta nos pais.


O pediatra pode acolher e orientar pais e mães sobre o choro como parte do desenvolvimento da criança e como uma forma do bebê se comunicar sobre algo que ele precisa. 


Em função disso, este artigo vai elencar os principais motivos pelos quais os bebês choram, os tipos de choro, como acalmar o bebê em uma crise e por fim, quando os pais devem procurar ajuda.


Por que o bebê chora?

Como mencionado, o pediatra pode dar repertório aos pais para compreender os motivos de choro do seu filho, ainda mais quando se trata do primeiro. O choro que causa angústia e certa ansiedade nos pais pode ser compreendido como a forma de comunicação que o bebê encontrou, e tem como recurso, para manifestar que precisa de algo ou que algo não o agrada.


O ser humano nasce muito dependente dos pais e precisa de ajuda para tudo - essa ajuda é solicitada via choro: seja dor, desconforto, fome ou sono. A maior dificuldade é saber identificar o que está causando aquele choro, sendo muitas vezes um aprendizado a longo prazo e tentativa e erro. Isso faz parte do aprendizado de ambas as partes ;)


Principais motivos para o choro?

O choro não é anormal, pelo contrário, uma criança que não chora deve ser motivo de preocupação para os pais. Os principais motivos de sua manifestação são: fome, sono, cólica, picos de desenvolvimento, além do período da exterogestação.


FOME

Como sabemos, até os seis meses, o alimento da criança deve ser única e exclusivamente o leite materno e, na sua impossibilidade, a fórmula infantil. A sensação de fome (que o bebê não sabe identificar, mas que gera desconforto) pode causar o choro.


SONO

Ao contrário dos adultos, os bebês não têm a expertise ainda de entender que estão com sono e começar a dormir. Por isso, o cansaço e a sensação de sono causa irritabilidade e leva ao choro.


GASES E CÓLICA

Estes dois fatores são muito comuns também nos 3 primeiros meses do bebê e é importante que os pais saibam reconhecê-los para ajudar o bebê, nestes casos, a aliviar o desconforto causado.


DIFICULDADE PARA ARROTAR

Como parte do processo digestivo em desenvolvimento, o bebê pode ficar estufado e precisar de ajuda para liberar a eructação.


FRALDA SUJA

Um dos desconfortos que podem levar o bebê ao choro é a fralda suja. O contato da pele com as fezes ou a urina também pode irritá-lo a ponto dele se manifestar através do choro.


PICO DE CRESCIMENTO E SALTOS DE DESENVOLVIMENTO

O processo de desenvolvimento do bebê se dá de forma rápida e essas mudanças também podem gerar irritabilidade, à medida que a criança vai desenvolvendo novas sinapses e habilidades no seu crescimento.


EXTEROGESTAÇÃO

A exterogestação é o período que geralmente compreende os 3 primeiros meses de vida da criança e consiste na incapacidade do bebê compreender que já está fora do útero da mãe. Assim, cada nova descoberta torna-se uma experiência invasiva a esse “conforto” que ele tinha e isso também pode gerar o choro.


Como identificar os principais tipos de choro?

Já sabemos quais são os principais motivos pelos quais um bebê pode chorar, mas como orientar os pais a identificar a que motivo se refere tal choro?


Existe uma teoria, desenvolvida por Priscilla Dunstan, sobre a linguagem dos bebês no choro (Dunstan Baby Language), utilizando uma referência sonora que ajuda nesse processo, para os cinco tipos mais comuns de choro:


Choro de fome
- o som do choro de fome pode ser identificado pelo NEH, que vai ficando intenso, à medida que a fome aumenta, acompanhado de sinais como reflexo de sucção.


Choro de sono
- o choro do sono ou cansaço pode ser reconhecido no som OWN, acompanhado de bocejo e a criança emite o som com a boca em forma circular, emitindo AO

Choro do arroto - o choro do arroto pode ser reconhecido pelo EH com uma contração torácica, como se quisesse soltar algo.


Choro de cólica
- o som da cólica pode ser reconhecido pelo EAIH e acompanhado de também contração, agitação e irritabilidade. O choro aqui é mais agudo e transmite certo sofrimento.


Choro de desconforto
- já o choro do desconforto pode ser reconhecido pelo HEH que pode ser confundido com o choro do arroto.


Como acalmar o bebê?

Além dos casos mais fáceis de solução, que é alimentar quando for choro de fome,  acalentar quando for choro de sono ou ainda trocar a fralda e colocar para arrotar, o choro que gera mais dúvida aos pais é o da cólica. Isso porque a cólica pode ter diversas causas e algumas vezes é difícil de diagnosticar.


Assim, para cada caso, pode ser recomendado massagens abdominais, dieta materna ou administração de medicamentos com acompanhamento do pediatra. Técnicas como balançar o bebê e mudá-lo de posição também podem ajudar a aliviar o choro.


Quando procurar ajuda?

O bebê vai chorar diariamente para se comunicar com os pais, porém o choro excessivo e o que não se encaixa nos fatores elencados anteriormente, devem ser observados com cuidado e na permanência dele os pais devem buscar ajuda médica o quanto antes.


A identificação de cólicas, por exemplo, é um dos fatores que merecem atenção redobrada, já que existe uma diversidade na origem e podem representar a manifestação de um problema mais grave na criança. O choro pode também significar a irritabilidade do bebê em relação a alguma doença e só o pediatra poderá avaliar com cuidado e encaminhar para um diagnóstico e tratamento preciso.


A importância do acompanhamento médico 

Vimos que cabe ao pediatra auxiliar os pais a identificar as motivações dos choros e seus significados para saber atender às necessidades do bebê.


Além disso, o pediatra deve observar como os pais lidam com o choro no consultório para acompanhar e direcioná-los da melhor forma possível, oferecendo recursos para lidarem melhor com a situação.


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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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