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Primeira menstruação: Como orientar seu paciente no consultório?
5 de julho de 2022
Primeira menstruação: Como orientar seu paciente no consultório?

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

A primeira menstruação, também chamada de “menarca”, é um momento sempre delicado na vida das meninas que estão vivendo a puberdade. Trata-se de uma fase difícil, cheia de dúvidas e medos, e que deve ser acompanhada de perto pelos pais e pelo médico pediatra.


Embora seja natural e aconteça na vida de todas as meninas durante o desenvolvimento do corpo, o tema ainda é considerado um tabu e gera muitas dúvidas, não apenas nas adolescentes, mas também na família, que por vezes não sabe como lidar com isso.

A menarca foi o assunto da newsletter do mês de maio da Eludivila. Neste artigo, falaremos a respeito da temática e de como tratá-la da forma mais clara possível com seus pacientes no consultório pediátrico.


A importância do conhecimento

É comum que as meninas na puberdade fiquem assustadas quando entram no primeiro ciclo menstrual, que ocorre, geralmente, entre 10 e 15 anos de idade.


Em boa parte dos casos, elas nunca ouviram falar a respeito da menstruação e acabam acreditando que estão doentes ou até que podem morrer depois que encontram a roupa íntima suja de sangue pela primeira vez. O sentimento, muitas vezes, é o de repulsa ou de culpa.


Como o assunto ainda é considerado um tabu, por isso pouco discutido, muitas adolescentes chegam a faltar à escola durante o período menstrual porque sentem vergonha. Em longo prazo, essas faltas certamente prejudicam o desenvolvimento da criança.


Como falar sobre a menstruação no consultório pediátrico?

No primeiro momento, é importante que o pediatra tente quebrar o estigma de que a menstruação é um assunto “proibido” ou “censurado”. É necessário explicar que se trata de um processo natural e que faz parte do crescimento.


A informação precisa chegar à criança antecipadamente, isto é, antes que ela chegue à puberdade. Um modo interessante é orientar a mãe a tratar sobre o tema em casa, dando como exemplo suas experiências de vida e explicando o que é o absorvente, para que ele serve e o principal: fazendo associações positivas para tranquilizar a menina.


O médico pediatra também precisa transformar a adolescente em protagonista no consultório. É comum que as mães respondam às perguntas do profissional relacionadas à menstruação. O ideal é que ela própria fale a respeito do assunto, trazendo suas dúvidas e medos sobre essa fase.


Uma dica para facilitar o entendimento é utilizar uma linguagem mais lúdica e fazer uso de figuras anatômicas durante a explicação.


Dúvidas frequentes na consulta após menarca

Durante as consultas, as adolescentes e as famílias precisam se sentir à vontade para tirar suas dúvidas a respeito da primeira menstruação. Algumas dúvidas frequentes são:


  • Menstruar dói?

É comum que as crianças liguem o sangramento à sensação de dor. Durante a consulta, é importante explicar para a paciente o que são as cólicas e prescrever os medicamentos ideais para alívio dos sintomas.


  • Minha filha vai parar de crescer?

Os pais se preocupam se as filhas vão ter o crescimento interrompido depois da menarca. É necessário esclarecer como funciona esse processo de desenvolvimento e destacar que a primeira menstruação é apenas um marco.


  • Quais os intervalos dos ciclos nos primeiros anos pós-menarca ? 

Outra dúvida frequente é quando virá o próximo ciclo depois da primeira menstruação. Os primeiros ciclos menstruais costumam ser irregulares, sendo considerado normal ficar até 3 meses sem menstruar nos 3 primeiros anos. É fundamental explicar o processo.


Alertas importantes

O pediatra também precisa ficar atento a alguns alertas ou sinais de que a adolescente pode estar enfrentando alguma anormalidade no processo menstrual.

É muito comum que, no primeiro ano de menstruação, esse processo seja irregular, mas é necessário verificar casos em que a paciente menstrue num intervalo menor do que 21 dias ou maior do que 3 meses, por exemplo.


Outros alertas menstruais:


  • Menarca antes dos 10 anos
  • Cólicas intensas
  • Odor forte na menstruação
  • Sangramentos fora do período menstrual


Em maio, convidamos Marina Giorgi Manin, hebiatra da Eludivila especializada em Saúde do Adolecente, para falar sobre a primeira menstruação e sua abordagem nos consultórios pediátricos.


Além de mencionar os estigmas ligados à menarca, Marina destacou os alertas imprescindíveis para os médicos pediatras, citou as dúvidas mais frequentes das pacientes e deu uma série de dicas e informações sobre como a abordagem deve ser feita com a família.


O vídeo temático sobre a primeira menstruação é um recurso para assinantes do Clube Eludivila. Afora os outros vídeos sobre diversos temas, o plano dá acesso a casos clínicos, descontos nos cursos de especialização e oportunidade de que o assinante participe de uma comunidade de profissionais ligados ao mundo da pediatria.


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Pré-Lançamento: Curso Adolescência no Consultório de Pediatria

A adolescência é um momento completamente diferente da infância e apresenta uma série de particularidades, mas, apesar de sua importância, acaba não sendo tão explorada durante a residência médica.


Pensando nos pediatras que atendem pacientes nessa faixa, a Eludivila criou o curso Adolescência no Consultório de Pediatria, que tem o objetivo de preparar os profissionais para lidar com os mais diversos temas ligados ao assunto.


Principais temas do curso:

  • Comportamento e puberdade
  • Como conduzir a consulta com o adolescente
  • Exames de rotina e vacinas
  • Ética e sigilo
  • Saúde mental e vícios
  • Exercício da sexualidade
  • Queixas recorrentes no consultório


O curso é ministrado pela hebiatra Marina Manin, especializada em Saúde do Adolescente, e será lançado em breve.


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Pré-lançamento do curso: quero ser avisado do lançamento


Conteúdo revisado e aprovado por Marina Giorgi Manin, hebiatra (médica do adolescente). CRM 163.324


Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
Por Eludivila Especialização Pediátrica 30 de abril de 2024
Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
vacina da dengue
Por Eludivila Especialização Pediátrica 29 de março de 2024
Reunimos as principais informações sobre a vacina da dengue para que os pediatras possam orientar adequadamente seus pacientes.

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