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Consultório de pediatria: dicas para começar o seu
10 de novembro de 2021
Consultório de pediatria: dicas para começar o seu

Autor:

Rafael Martins

Levando em conta que o consultório de pediatria é um espaço de acolhimento e manutenção da saúde da criança, ele deve ser pensado e planejado considerando alguns fatores importantes e que influenciam na escolha dos pais.


Além do conhecimento e forma de trabalhar que o pediatra oferece, a estrutura do espaço, a equipe de suporte (secretária, limpeza etc) e a decoração também vão impactar na relação das famílias com o consultório.


De antemão, é preciso subtrair ao máximo do consultório pediátrico a ideia nada convidativa que crianças e adolescentes têm sobre a ida ao médico. O processo de desconstrução dessa imagem passa também pela forma como o espaço físico é pensado. 


Uma outra questão a ser considerada é como essas consultas vão ocorrer, se por convênio ou de modo particular, ou ainda das duas formas. Aqui, o pediatra precisa pesar o objetivo dele com o projeto e o tempo que ele tem para se dedicar ao espaço.


Dito isso, este material vai trazer dicas de como planejar a abertura de seu consultório de pediatria e o que deve ser elencado como prioridade na estrutura e organização desse espaço. Confira!


Consultório de pediatria: a escolha do espaço físico

A primeira dica é sobre o espaço físico do consultório. Assim, como qualquer estabelecimento comercial, o espaço do consultório funciona também como cartão de visitas do pediatra.


Assim, todos os detalhes do espaço devem ser pensados para expressar a imagem e a mensagem que você quer que o paciente sinta ao adentrar nesse ambiente, antes mesmo de te conhecer. 


Levando em conta que o público é composto por crianças e adolescentes, sabemos que geralmente, os ambientes médicos são vistos por elas como lugares que remetem a dor e trazem sentimentos de medo e desespero, por isso elas tendem a evitar. Para mudar essa imagem negativa, o ideal é apostar em um ambiente acolhedor, divertido e que a criança e a família se sintam à vontade, como em casa. 


Nesse momento é importante fazer escolhas que levam em consideração o seu perfil, o que você deseja transmitir, que tipo de público você quer atrair, qual o seu tipo de abordagem de atendimento para que tudo esteja alinhado com o seu propósito. 


Neste ponto, caso você ainda não esteja disposto a investir no seu consultório própria e está buscando apenas uma sala para alugar, para começar o seu consultório, dê preferência para o não convencional. Salas médicas tem por padrão uma certa frieza, sobretudo se você não puder adaptá-la à sua forma de atender. Então uma dica valiosa aqui é buscar espaços de saúde não médicos, como por exemplo salas de psicólogos infantis ou espaços de coworking médico já pensados para crianças e famílias.

Conheça a regulamentação da Anvisa


Outro ponto importante que ainda diz respeito à estrutura do consultório de pediatria diz respeito às questões legais que devem ser incluídas nesse planejamento. Todo estabelecimento médico deve seguir uma série de normas determinadas pela
regulação RDC-50, de 2002, da Anvisa.


Assim, a fim de garantir segurança aos pacientes, a
Anvisa estabelece critérios rígidos que devem ser seguidos para a realização de um projeto físico de estabelecimentos com prestação de serviço na saúde, como consultórios e hospitais.


Além disso, é bom ler o regulamento bem atentamente, pois consultórios que desejam oferecer em seus espaços aplicação de vacina ou procedimentos e pequenos exames, também deverão atender a outros requisitos específicos da Anvisa para cada situação. 


Dessa forma, antes de escolher um lugar e começar a reformar, é importante que o pediatra busque um profissional de arquitetura que conheça tal regulamento e já tenha realizado projetos desta natureza. Como resultado, evita-se que fiscalizações futuras multem e/ou interditem o consultório.


Decoração do consultório de pediatria


A decoração também é um elemento que pode depor contra ou favor do consultório e da equipe médica que ali atende. Dessa forma, além de seguir as diretrizes da Anvisa, é necessário pensar no perfil de público que se quer atingir.


Considerando que o público-alvo de um consultório pediátrico são crianças, é preciso que esse espaço tenha elementos lúdicos para tornar a experiência e permanência do paciente no espaço mais agradável e positivo possível.


Uma recomendação que fazemos e que é comprovado em pesquisas é que espaços com elementos naturais ou de alusão à natureza contribuem para a recuperação mais rápida e para a promoção do bem-estar do paciente.


Assim, elementos naturais, como plantas ou mesmo um jardim no consultório podem ser pontos positivos em um consultório voltado para atendimento de crianças.


A interação com a natureza, inclusive, é um fator fundamental na formação do ser humano como diz o conceito de biofilia, que é a ideia de pertencimento e de boa relação que o ser humano tem com a natureza. Portanto, a decoração com base na biofilia deve ser estimulada nos ambientes, com o intuito de promover bem-estar e mais qualidade de vida para os pacientes.


Outra dica a ser considerada na decoração é o uso de brinquedos, livros, itens acessíveis, móveis planejados para que a criança possa interagir com o ambiente livremente.


No
Eludicar nós atendemos prioritariamente puericultura, que se preocupa com o acompanhamento integral do processo de desenvolvimento infantil e que busca analisar o processo de crescimento, o desenvolvimento físico e motor, a linguagem, a afetividade e a aprendizagem cognitiva da criança.


Por esse motivo, o espaço escolhido para receber o nosso consultório foi uma casa, justamente para trazer a sensação de familiaridade e de acolhimento com os pacientes que chegam para uma consulta.


Na área externa temos um jardim com muitas plantas e verde, que como dissemos, é um fator que promove bem-estar e saúde. 


Já dentro do consultório, abrimos mão de decorações convencionais com mesa e cadeiras, que tornam o ambiente mais rígido, formal e frio para apostar em uma decoração integradora, humanizada e também muito divertida para envolver as crianças e os pais no espaço. Veja como você se sente melhor para realizar o seu atendimento, de forma que o espaço seja uma expressão do seu propósito e da forma que você acredita fazer pediatria.




Acompanhamento pediátrico


O consultório médico do pediatra deve ser planejado para receber visitas constantes da criança e seus pais, por isso a necessidade de ser um espaço confortável e acolhedor.


Sabemos que a relação do pediatra com o bebê inicia-se no
pré-natal. Após o nascimento, é importante que o pediatra reforce com os pais a necessidade dele estar presente desde os primeiros dias de vida da criança.


Ao sair da maternidade, deve haver uma consulta pediátrica na primeira semana de vida. Em seguida, estabeleça um acompanhamento regular para observar como está o desenvolvimento da criança, desde a alimentação, hábitos, saúde, e crescimento.


Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, a quantidade de consultas com o pediatra após o nascimento e a consulta da primeira semana de vida deve seguir a seguinte periodicidade no primeiro ano: 


  • 3/mês para bebês com 5 a 30 dias de vida;
  • 1/mês entre dois e seis meses de idade;
  • 1 a cada 2 meses a partir dos sete meses do bebê. 


Quando a criança passar dos dois anos, é possível realizar uma consulta a cada 3 meses e uma vez por semestre, a partir dos 6 anos. A partir dos 7 anos, recomenda-se uma consulta por ano para acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança e adoslecente.


Essa frequência deve ser estabelecida pelo pediatra e considerar cada caso. Se a criança tiver alguma necessidade específica, as consultas devem ser mais frequentes.


Convênio ou Particular


Uma decisão também a ser tomada quando abrir um consultório de pediatria é sobre o tipo de atendimento que será feito, se via convênio ou atendimento particular. Aqui o médico precisa se perguntar: qual a forma de atendimento que você pretende realizar e quais são as suas prioridades?


Deve, portanto, refletir sobre quais quesitos você não abre mão e suas necessidades em relação ao empreendimento. Por exemplo, será dedicação exclusiva ou você precisará de um horário mais flexível para atender em outros locais também.


Um consultório particular poderá dar essa flexibilidade e o valor deve ser pensado, considerando todas as variáveis de manutenção de um consultório e o fluxo estimado de pacientes no curto, médio e longo prazo. Pelo convênio, a precificação é mais fácil, porque já está estabelecida, mas o desafio é pensar no volume necessário para que os custos sejam pagos e você ainda tenha lucro. 


Ainda no convênio, o pediatra pode ser encontrado pela rede conveniada sem precisar investir muito em publicidade ou outro
recurso para ser conhecido. Assim, entenda como funciona o sistema de convênio na sua cidade, conhecendo principalmente o retorno financeiro que é dado ao médico.


Vimos, neste material dicas do que considerar na hora de abrir um consultório de pediatria, que seja agradável e acolhedor aos pacientes e familiares. Se essa proposta de consultório combina com seu perfil,
saiba mais sobre o atendimento humanizado e a forma de aplicá-lo em sua carreira médica.


Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
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Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
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