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Bebê sonolento: o que pode ser?
25 de agosto de 2021
Bebê sonolento: o que pode ser?

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Uma das preocupações que pode ocorrer com pais de um recém-nascido, é sobre o fato do bebê sonolento ser indicativo de algum problema. Aquele RN que dorme muito entre as mamadas, que não costuma acordar quando está com fome e que dorme durante o dia quase todo. 


Assim, este texto visa orientar o pediatra e oferecer informações confiáveis que possa repassar aos pais, desde o
pré-natal, quando estes estiverem preocupados com o nível de sono do bebê recém-nascido. 


Veremos, portanto, as possíveis causas da sonolência em bebês, que tipo de bebê pode apresentar sonolência com maior intensidade, pilares que podem influenciar na regulação do 
sono do bebê e fatores que devem ser observados para encaminhar a uma possível investigação mais profunda desse sono.


Fatores que deixam o bebê sonolento


Um dos motivos mais recorrentes na sonolência do bebê é o
baixo fluxo na amamentação que leva a uma ingestão inadequada de leite. Significa dizer que o bebê não tem mamado muito bem e isso faz com ele durma mais para poupar energia.


Nos primeiros dias de vida, os pais do bebê podem achar que a criança está mamando o suficiente, mas é muito comum que ele não consiga realizar a
sucção do leite adequadamente, por isso é importante acompanhar outros parâmetros como padrão de evacuação, diurese e ganho de peso. 


A ocorrência de sonolência excessiva também é mais recorrente em bebês prematuros, pequenos para a idade gestacional (PIG), crianças que passaram por um parto difícil e com anestesia materna. É importante diferenciar que estamos falando aqui sobre bebês que estão ativos e reativos, casos diferentes disso devem ser prontamente investigados e avaliados . 


Independente da causa, nos casos de "bebês sonolentos" precisamos ter uma atenção máxima e orientar os familiares em como abordar para garantir uma boa ingesta de leite.

Quando houver preocupação dos pais sobre o excesso de sono do bebê, o pediatra pode orientá-los quanto a três pilares de manejo  com a criança para que ela tenha um comportamento mais ativo. 


Mamada

O principal pilar é o processo de amamentação. No geral, a sonolência pode ocorrer nos primeiros dias de vida pela dificuldade de sucção do leite e inexperiência da mãe no processo de amamentação. 


O médico deve orientar a família, em especial a mãe, sobre como estimular uma mamada ativa, ou seja, para que o bebê não durma durante a alimentação e com isso consuma leite suficiente para ter boa energia.


Como a sonolência é muito associada à má qualidade da amamentação, deve-se também avaliar a produção láctea da mãe. 


O primeiro passo é avaliar a mamada da criança, perceber se o bebê mama bem, suga bem o leite ou se a sucção é ineficiente. Com essa avaliação, deve-se orientar a mãe sobre sinais de sucção nutritiva, a pega e a posição do bebê.


Recomenda-se que o bebê fique sentado ou o mais próximo disso para que ele fique mais ativo e alerta. Além disso, a mãe pode também variar as posições.


Outra técnica para estimular uma sucção nutritiva que evita a sonolência na criança é realizar compressão na mama durante a amamentação. A técnica ajuda o leite a sair melhor e o bebê consegue se alimentar com mais qualidade.


Assim, o pediatra precisa ter conhecimento para dar orientação adequada sobre como os pais devem atuar para que a sucção seja nutritiva e eficiente. 


Estímulo dos sentidos

Outro pilar importante para deixar o bebê mais alerta e ativo também acontece durante a amamentação. Enquanto o bebê se alimenta, a mãe pode estimular os sentidos do bebê.


Tátil - deixar que as peles se toquem, para o bebê sentir a pele da mãe na sua e compreender aquela presença e interagir com ela;


Auditivo - conversar ou cantar para o bebê durante a amamentação, também com o objetivo de atrair a atenção dele;


Olfativo e gustativo - pingar leite na boca do bebê para que ele entenda que esse é o momento da alimentação e que ele deve ficar acordado;


Visual - amamentar em ambientes diferentes, com luzes ou músicas, sem, no entanto, ser música muito alta ou luz muito forte. Em demasia, podem distrair o bebê da amamentação.


Há ainda a manobra labiríntica, uma técnica que deve ser feita em algum momento do dia, antes de iniciar a mamada. Consiste em segurar o bebê nos braços, de barriga pra cima e girar suavemente com ele. Isso ajuda o bebê a despertar também da sonolência e ter uma rotina mais ativa.


Rotinas e hábitos


Por fim, é importante orientar os pais também sobre algumas mudanças que precisam ser feitas na rotina com o bebê.


Observar, por exemplo, os sinais de fome que o bebê manifesta. Às vezes, os pais não sabem identificar e acabam deixando o bebê sem se alimentar por mais tempo, ou entendem que o choro é motivo de outra demanda e tentam distraí-lo ou ofertar bicos artificiais. Portanto, uma dica de mudança na rotina é evitar o uso de chupeta ou mamadeira, por exemplo. 


Outro ponto que pode colaborar para o estímulo do bebê é a troca de fraldas entre cada mamada ou até banho que deixam a criança mais alerta e ativa.


Com essas orientações, espera-se que a sonolência do bebê reduza entre 10 e 15 dias de vida.


E se o comportamento sonolento continuar?

Caso não haja melhora com a mudança de rotina e estímulo à uma amamentação ativa e sucção nutritiva, o pediatra deve considerar outros motivos médicos, sendo um alerta pediátrico. 


A empatia, a conversa e a atenção aos pais nesse processo de cuidado com o bebê é fundamental para que se estabeleça uma relação de confiança. Se você busca atuar com mais empatia no seu consultório pediátrico, veja nosso Infográfico sobre atendimento humanizado.


Eludicar
Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
Criptorquidia
Por Eludivila Especialização Pediátrica 30 de abril de 2024
Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
vacina da dengue
Por Eludivila Especialização Pediátrica 29 de março de 2024
Reunimos as principais informações sobre a vacina da dengue para que os pediatras possam orientar adequadamente seus pacientes.

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