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Dor de crescimento em crianças: quais são as causas e como aliviar
20 de abril de 2023
Dor de crescimento em crianças: quais são as causas e como aliviar

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

A chamada “dor de crescimento” é uma das queixas mais frequentes nos consultórios de pediatria. É comum que os pequenos reclamem de dores nos membros, principalmente em determinadas faixas etárias.

Neste artigo, você entenderá como diferenciar essas dores, saber porque elas são chamadas assim e receber outras informações para poder apoiar os pais e cuidadores durante os atendimentos e explicar do que se trata.


Dor de crescimento: o que é?


Sim, a dor de crescimento, de fato, existe. Curiosamente, no entanto, ela não está relacionada com a fase de crescimento físico das crianças. Isso porque essas queixas entre os pequenos ocorrem, geralmente, entre os 4 anos de idade e a puberdade. Essa é a fase em que as crianças crescem menos. 


Até o momento, não existe uma fisiopatologia bem definida com relação a essas dores e sua causa é desconhecida. 


Ela ocorre principalmente em crianças mais ativas ou nas que tenham dias mais agitados. Pode estar relacionada a pequenas deformidades ortopédicas, como pés planos (chatos), fadiga e distúrbios emocionais. Crianças mais elásticas ou mais flexíveis, que conseguem, por exemplo, colocar as mãos no chão sem dobrar os joelhos ou outras manobras que caracterizam a criança como hipermóvel, tendem a ter mais dores nas pernas.


Quando elas são mais comuns?


É comum que as queixas da chamada dor de crescimento sejam mais frequentes em dias específicos, como quando há a prática de atividades físicas, seja no futebol, no balé, durante as brincadeiras de correr durante outras práticas do tipo. Normalmente, elas aparecem com mais regularidade no fim do dia, momento em que o corpo começa a se recuperar.


É importante destacar que tudo não passa de teoria, já que ainda não existem estudos capazes de demonstrar exatamente como ocorre a dor de crescimento.



Leia também: Criança com baixa estatura: e agora?



Como é a dor de crescimento?


Geralmente, é uma dor difusa nos membros inferiores, mas ela também pode ocorrer nos membros superiores, especialmente nos casos de crianças que praticam esportes específicos, como a ginástica artística, por exemplo.


Entre outras características comuns, estão:


  • Não são dores articulares;
  • Duram, na maioria das vezes, de 30 minutos a 2 horas;
  • Não têm outros fatores associados, como febre, por exemplo;
  • São dores intensas e que, de fato, incomodam as crianças.


Embora seja uma dor que melhora sozinha, as famílias podem ajudar oferecendo massagens no lugar da dor ou mesmo administrando um analgésico comum.


Um detalhe importante: a dor de crescimento não costuma acordar a criança no meio da noite e seus efeitos já terminaram no início da manhã. Além disso, normalmente as queixas não são diárias, ainda que sejam frequentes.


Com o passar do tempo, a tendência é que ela seja menos intensa e ocorra em menor escala.


Como tratar a dor de crescimento?


O tratamento, na crise, melhora com uso de compressas mornas, massagem manual suave e, às vezes, medicações analgésicas, como paracetamol e dipirona ou anti-inflamatórios, como ibuprofeno.



Sinais de alerta


O diagnóstico da dor de crescimento é realizado pela exclusão de outros fatores associados. Alguns sinais de alerta podem indicar a presença de patologias e é fundamental atentar-se a alterações, como no caso de dores:


  • Unilaterais ou localizadas;
  • Articulares;
  • Refratárias;
  • Persistentes e não autolimitadas;
  • Com piora progressiva.


Além disso, alterações no exame físico também podem indicar a existência de outras condições.


Este conteúdo foi revisado por Verena Balbi (CRM 180.205), reumatologista pediátrica da equipe Eludivila e Eludicar.



Amplie o seu olhar na pediatria com a Eludivila


Neste artigo, você leu sobre a dor de crescimento. Esse é apenas um tema em um universo tão vasto como a pediatria. E é importante ampliar a visão do profissional para uma pediatria que vai além da residência médica.


No dia a dia do consultório, nós nos deparamos com as mais diversas situações e particularidades. A Eludivila acredita na importância de adotar um olhar mais abrangente sobre as diversas áreas e especialidades pediátricas.


E esse é o objetivo da Especialização em Puericultura com Patologias, que aborda temas das especialidades pertinentes à consulta de puericultura, mas orientando os profissionais com relação aos encaminhamentos necessários e o acompanhamento das patologias mais comuns de cada especialidade.



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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
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