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Doença mão-pé-boca: prevenção, diagnóstico e como tratá-la no consultório de pediatria
1 de março de 2023
Doença mão-pé-boca: prevenção, diagnóstico e como tratá-la no consultório de pediatria

Autor:

Eludivila Especialização Pediátrica

Você, pediatra, já deve ter recebido no consultório muitas perguntas sobre uma doença específica: a mão-pé-boca. A enfermidade é muito frequente na primeira infância e, além de ser extremamente contagiosa, pode ser diagnosticada mais de uma vez.


A condição costuma gerar muitas dúvidas entre pais e cuidadores e, por conta disso, é um dos assuntos abordados no curso Especialização em Puericultura com Patologias oferecido pela Eludivila.


Neste artigo, traremos mais informações sobre a mão-pé-boca, como ela é transmitida, quais são os sintomas, prevenção e como ela pode ser tratada no consultório de pediatria.


O que é a doença mão-pé-boca?

Mão-pé-boca é uma doença contagiosa causada por um vírus. Na realidade, a síndrome é causada por mais de um vírus (coxsackie, enterovírus), por isso, é possível que ela aconteça mais de uma vez no mesmo organismo.


Embora a condição também possa acometer adultos, ela é muito mais frequente na infância, até os 5 anos de idade, além de ser extremamente contagiosa. Por isso, é bem comum ocorrerem surtos.

Como a maioria das doenças virais, ela é autolimitada e é combatida e eliminada pelo próprio organismo.


Quais são os sintomas da síndrome mão-pé-boca?

Muitas vezes, os sintomas da mão-pé-boca são parecidos com os de um resfriado ou uma gripe comum, mas as “bolinhas” vermelhas na pele são as características mais marcantes da síndrome.


Confira alguns dos sintomas da doença:


  • Febre alta antes do surgimento das lesões;
  • Surgimento das vesículas (as “bolinhas” avermelhadas);
  • Sintomas de resfriado, como mal-estar, falta de apetite, vômitos e diarreia.


Como o nome da doença já adianta, as vesículas aparecem principalmente nas mãos, pés e boca, mas também podem ocorrer em outras partes do corpo, como o bumbum e a região genital.


As lesões podem coçar e doer, mas isso varia de caso para caso. Normalmente, elas duram entre 5 e 7 dias, junto dos possíveis sintomas complementares.


O maior incômodo causado pela síndrome são as lesões que aparecem dentro da boca. As lesões parecem aftas e, além de causarem dor, também podem gerar dificuldade de engolir e aceitar alguns tipos de alimentos e líquidos

.


Transmissão da doença

A doença mão-pé-boca é transmitida por via fecal ou oral, através do contato direto entre as pessoas ou mesmo com fezes, saliva e outras secreções contaminadas.


Alimentos e objetos contaminados com o vírus também podem transmiti-lo e o contato direto com as lesões características da síndrome podem favorecer a transmissão.


Mesmo com o organismo recuperado pela doença, uma pessoa ainda pode transmitir o vírus da enfermidade pelas fezes durante cerca de quatro semanas.


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Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é clínico, sendo a avaliação médica a forma de confirmar o diagnóstico de mão-pé-boca, que é feito através do reconhecimento das lesões e dos outros sintomas apresentados pela doença. Exames laboratoriais ou testes não são necessários.


Como tratar a mão-pé-boca?

Por se tratar de um vírus, não existe um remédio ou um tratamento específico. A atuação do médico pediatra deve ser na melhora dos sintomas e orientação e acolhimento dos responsáveis.


Podem ser utilizados remédios para a dor e febre, spray com medicação anestésica para as aftas da boca da criança mais velha e muita hidratação — nesse período, a aceitação de alimentos sólidos pode estar diminuída.


Atualmente um grande aliado nas crianças mais sintomáticas na região oral é o uso de laserterapia nas lesões, acelerando a cicatrização e aliviando a dor. 


Para a alimentação, líquidos frios e alimentos pastosos, como purês e mingaus, podem ser melhor aceitos pelo paciente durante o tratamento.


Caso a criança não aceite nem os líquidos, é fundamental que o pediatra seja procurado novamente pelo risco de desidratação. Por isso, é muito importante fazer esse alerta durante a consulta.


A criança deve ser afastada da escola?

É recomendado que o paciente fique afastado do ambiente escolar enquanto apresentar febre ou dificuldade para se alimentar. Durante esse período, é importante que a criança seja supervisionada quanto à hidratação.


Além disso, o afastamento da escola também é uma tentativa de diminuir a transmissão da síndrome. Como citado anteriormente, no entanto, a mão-pé-boca ainda pode ser transmitida por um longo período após o término dos sintomas, dificultando o controle.


Prevenção

Existem algumas formas de prevenção da mão-pé-boca, e é importante orientar a família no consultório para que estes cuidados sejam colocados em prática na rotina da criança:


  • Manter a higiene das mãos das crianças, sintomáticas ou não;
  • A higiene das mãos dos cuidadores também é fundamental, principalmente após a manipulação de secreções (como a troca de fraldas, por exemplo);
  • Fazer a higienização de brinquedos e objetos de uso pessoal;
  • Cobrir a boca ao tossir ou espirrar para evitar a disseminação de gotículas.


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Puericultura com Patologias: potencializando o acompanhamento no consultório

Acreditamos que, durante a consulta pediátrica, é muito importante que o profissional tenha um olhar mais abrangente sobre as mais diversas especialidades.


É relevante que o pediatra compreenda quando o paciente que apresenta alguma doença deve ser encaminhado para outro especialista e saiba acompanhar cada caso, levando em consideração as particularidades das patologias.


Com o objetivo de proporcionar ferramentas para potencializar esse acompanhamento no consultório, a Eludivila elaborou o curso Especialização em Puericultura com Patologias.


São 20 módulos, incluindo patologias comuns da criança hígida, que trata com detalhes da doença mão-pé-boca, estomatite, queilite, aftas e outros assuntos relacionados. Conheça o conteúdo programático e amplie o seu olhar para além da residência!


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Por Eludivila Especialização Pediátrica 18 de junho de 2024
A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês (DDQ) é uma doença que acomete 5 a cada 100 crianças e que pode levar a dificuldade de mobilidade, dor e outros problemas ortopédicos. Neste artigo especial da Eludivila Especialização Pediátrica , revisado pelo Ortopedista Pediátrico, David Gonçalves Nordon (CRM 149.764) , reunimos as principais informações que pediatras gerais precisam saber a respeito da displasia do desenvolvimento do quadril em bebês. Assim, você poderá fazer um diagnóstico e tratamento corretos, além de fornecer boas orientações aos pais e cuidadores. O que é Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ)? Displasia do Desenvolvimento do Quadril (DDQ), conhecida antigamente como luxação congênita do quadril, é uma patologia ortopédica, que acontece quando a curva do acetábulo não se desenvolve corretamente . Isto é, a cavidade da articulação do quadril se apresenta de maneira que facilita uma subluxação ou luxação do quadril. Todas as variações dentro desse espectro se enquadram, atualmente, no que definimos como DDQ. O resultado são problemas de estabilidade, mobilidade, posicionamento da articulação, dores articulares, dificuldade do bebê para engatinhar, dentre outros. Em 60% dos casos, a DDQ acontece do lado esquerdo, 20% no direito e 20% dos casos são bilaterais. A propensão ao quadril esquerdo se dá pela posição em que a maioria dos bebês se encontram no útero, causando uma pressão do sacro nesse lado. Causas e Fatores de Risco da DDQ A Displasia do Desenvolvimento do Quadril em bebês pode ter algumas causas, dentre elas a posição intrauterina do feto , que pode forçar o quadril a sair do lugar, e fatores hereditários , que causam predisposição genética. Podemos subdividir os fatores de risco associados ao desenvolvimento da DDQ em quatro grupos: 1. Alterações do continente (útero) Quando o útero aperta o quadril do bebê, o que pode ser causado por diversos motivos, como: Oligoidrâmnio, quando o volume de líquido amniótico está abaixo do esperado para a idade gestacional e causa essa pressão; Primeira gestação, pois o útero costuma estar mais rígido; Útero com alguma fibrose, cicatriz ou deformidade; Gestação gemelar. 2. Fatores de risco relacionados ao conteúdo É o caso de gestações com bebês que: São grandes para a idade gestacional (GIG); Movimentam-se pouco dentro do útero, por diversas razões; Com apresentação pélvica, posição que pode aumentar em até 21 vezes o risco de DDQ. 3. Fatores genéticos Em relação à predisposição genética, é possível apontar como fator de risco para a displasia de quadril: Bebês do sexo feminino, que aumenta em até 9 vezes o risco de DDQ, já que os hormônios circulantes femininos (estrogênio e progesterona) aumentam a flexibilidade das articulações e a frouxidão ligamentar; Histórico familiar positivo, que pode ser, na verdade, desde um familiar que efetivamente tratou uma DDQ, até algum familiar com um desgaste precoce do quadril (ou seja, artrose do quadril em torno dos 30 a 50 anos), que geralmente é causada por uma displasia leve não diagnosticada e, portanto, não tratada na infância. 4. Fatores extrauterinos São os fatores que acontecem após o nascimento do bebê e que devem ser orientados pelo pediatra, como: Uso do “charutinho” com as pernas juntas e esticadas; Uso de outros acessórios que podem contribuir para que o quadril do bebê saia do lugar, como carregadores e andadores. Leia também: Assimetria craniana em bebês: Guia completo para pediatras Sinais e Sintomas da Displasia do Quadril Após avaliar os fatores de risco, os pediatras devem estar atentos a alguns sinais que os bebês podem apresentar, como: Assimetria das nádegas (a assimetria das pregas isoladamente, porém, não tem significado clínico; precisa haver outros sinais para se pensar em DDQ); Limitação de movimento do quadril, com dificuldade na abertura das pernas (pode ser observado na troca de fraldas, por exemplo); Claudicação. Como fazer o diagnóstico e avaliação da DDQ Bom, mas então, como fazer a avaliação em consultório para detectar uma possível DDQ no bebê? Além da observação dos sintomas apontados pelos pais, é necessário fazer o exame clínico, além de solicitar ultrassonografia do quadril . Dentre os principais métodos diagnósticos em consultório estão: Manobra de Ortolani: detecta o deslizamento posterior do quadril para dentro do acetábulo e mostra o quadril luxado. Indicado para realização até os três meses de idade do bebê. A manobra de Ortolani, entretanto, é bastante falha: ela perde o diagnóstico em 95% dos casos leves e 50% dos casos graves, com o quadril efetivamente luxado; Manobra de Barlow : detecta o deslizamento do quadril para fora do acetábulo, evidenciando o quadril que é passível de luxação e também deve ser feito até os três meses. É igualmente pouco confiável; Manobra de Hart: após os três meses, esse é o exame mais indicado, já que Ortolani e Barlow normalmente estão negativos, mesmo que o quadril esteja luxado. Se você quer aprender a realizar as manobras adequadamente, a Eludivila conta com aulas completas na Especialização em Puericultura com Patologias, com módulo específico para ortopedia. Acesse agora e amplie o seu conhecimento para além da residência médica Quando pedir um ultrassom do quadril? No Brasil, não há um protocolo específico de quando pedir o ultrassom. Aqui no Eludicar Centro Materno-Infantil, a conduta é fazer o screening universal , ou seja, solicitamos o ultrassom para todos os pacientes, a partir das 3 a 4 semanas de vida do bebê. Nos casos em que o bebê apresenta fatores de risco (apresentação pélvica, oligoidrâmnio, gemelares), o ideal é fazer a ultrassonografia na primeira semana de vida. Para definir o tratamento, você pode utilizar o método Graf para ultrassonografia articular, que divide em graus o nível de alteração: 1A e 1B: quadris maduros 2A: pode ser dividido em 2A+ (deve-se repetir o exame em um mês) e 2A- (recomendamos o tratamento, conforme orientações do protocolo europeu, proposto pelo Dr. Graf em 2022, já que há evidências de uma possível artrose no futuro); 2B: quadril alterado após os três meses de idade, que indica tratamento; 2C, 2D, 3 e 4: quadril alterado, que necessita tratamento. Interpretar o resultado do ultrassom pode ser desafiador, por isso recomendamos assistir ao estudo de caso clínico realizado pelo Dr. David Nordon, ortopedista pediátrico do Eludicar. Tratamento e Manejo da DDQ
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Informações para pediatras sobre a Criptorquidia em bebês. Entenda as opções de manejo, como diagnosticar e orientar pais e cuidadores.
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